Por Railma Medeiros
Técnica em controle ambiental pelo IFRN, aluna do curso de bacharelado em Ciência e Tecnologia pela UFRN e bolsista do projeto Reutilizar é Bem Melhor!
A palavra "lixo" é empregada para traduzir qualquer coisa
imprestável na sociedade, tudo aquilo que é descartado por não nos ter mais
alguma serventia. É normal que isso aconteça, já que nada é feito para durar
eternamente, entretanto, o problema tem se fundamentado nas proporções em que
ocorrem os descartes e na falta de medidas que mitiguem o problema gerado por
resíduos no Brasil, que é hoje o quinto maior produtor mundial de lixo. Em
2012, produzíamos 61 milhões toneladas de lixo anualmente, em 2014 já produzimos
2 milhões de toneladas a mais e a previsão é de que estes números continuem a
crescer. Infelizmente, a nossa falta de sensibilidade e consciência cresce exponencialmente, além disso, não são desenvolvidas políticas públicas consistentes pelos governantes a respeito do tema. Tratando-se
somente de lixo eletrônico, os dados também são assustadores: entre os países
emergentes, o Brasil é o maior produtor. Estima-se que, até 2015, cada
brasileiro produzirá 8kg de lixo eletrônico por ano! Parece pouco? Multiplique
por 198,7 milhões de pessoas (atual população). Estudos apontam que em 2017, o
volume desse tipo de resíduo aumentará 33% em todo mundo.
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Para que a situação atual possa ser alvo de mudanças é prioritário que
haja uma reeducação e maiores investimentos governamentais nas cooperativas de
catadores pois, graças a essas pessoas, mais da metade de resíduos como
papel/papelão e latinhas são reciclados no Brasil. Quanto à reeducação, faz-se
necessária porque para que haja reciclagem, tem que haver a separação do lixo
previamente. O problema que envolve o lixo eletrônico é preocupante, pois o
Brasil é carente de empresas que realizem a reciclagem desse tipo de resíduo e,
na grande maioria das vezes, esse resíduo acaba indo para outros países. Não
faz sentido, mas o Brasil paga para que outros países reciclem esse tipo de
lixo em vez de fazê-lo.
O lixo pode ter diversas origens: residencial, industrial, hospitalar,
comercial e radioativo. Os resíduos produzidos na UFRN são um misto entre os de
origem comercial (peças metálicas, papeis, papelão, sacos
plásticos, embalagens) e residencial (garrafas latas, papeis,
entulho, restos de alimentos etc.), além de um número relevante de
lixo eletrônico. A coleta seletiva dentro da universidade acontece, o problema
aqui está no descarte equivocado e prematuro de bens materiais, que viram
lixo muito antes de realmente serem. Temos trabalhado na perspectiva de contribuir para a
mudança da visão atual da comunidade acadêmica e administrativa do campus. É um
"trabalho de formiguinha", nosso principal objetivo é promover a
reutilização de todas essas coisas que, se pudessem falar, implorariam para não
serem jogadas fora.
Temos vários equipamentos esperando por novos destinos, os setores
interessados devem nos contatar pelos telefones 3215-3329 e 9224-0087 (claro),
pelo nosso perfil no facebook, ou pelos
e-mails rebem.ufrn@gmail.com e reutilizar@dmp.ufrn.br
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Fontes consultadas: